São Paulo – Com desempenho positivo no primeiro semestre, impulsionado pela crescente aplicação das motos de baixa cilindrada como instrumento de trabalho, especialmente pelo delivery, a indústria brasileira de motocicletas revisou suas projeções para o ano: elevou em 10 mil unidades a expectativa de produção, para 1 milhão 560 mil unidades e alta de 10,4%, e em 21 mil unidades a do mercado doméstico, para 1 milhão 511 mil motocicletas, crescimento de 10,9%.
Os números foram divulgados pela Abraciclo, que representa as fabricantes do Polo Industrial de Manaus, AM, no Seminário AutoData Revisão das Perspectivas 2023. Seu presidente Marcos Antônio Bento disse que o resultado da indústria poderia ser ainda melhor caso as exportações, que estão em queda, tivessem melhor desempenho.
“A questão das exportações é que produzimos em Manaus motocicletas com tecnologias de emissão Promot 5, em linha com Estados Unidos e Europa. Outros países da região, porém, não estão alinhados com esta regulamentação de emissões e comercializam modelos com níveis mais baixos, com preços também mais baixos. Então não conseguimos competir em igualdade.”
Segundo Bento não é possível produzir modelos de diversas tecnologias. Assim o Brasil perde espaço: “O ideal seria termos normas de emissões alinhadas em toda a região”.
Assim as vendas externas, que no início do ano tinham previsão de alta de 6,7%, para 59 mil unidades, deverão fechar o ano com 49 mil unidades, ou redução de 11,5%.
Hoje, de acordo com o presidente da Abraciclo, o Polo Industrial de Manaus é o maior produtor de motocicletas de fora do continente asiático. A capacidade da indústria, que emprega mais de 150 mil pessoas, é de cerca de 2 milhões de unidades.
Bento comemorou a manutenção das garantias constitucionais para a Zona Franca de Manaus até 2073, definida na reforma tributária aprovada pela Câmara dos Deputados na semana passada. Segundo o executivo elas são fundamentais para a competitividade do produto brasileiro.

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